Mais de 200 doenças são transmitidas por meio dos alimentos. Em 2010 elas provocaram a morte de 351 mil pessoas no mundo todo. Recente relatório divulgado pela ONU estima que o número de infecções globais causadas pelo consumo de comida estragada já chegou a 582 milhões e que os alimentos inseguros podem levar desde a casos de diarréia até câncer.

 

Em um cenário de globalização, não é difícil compreender a potencialização dos riscos. 

Por isso, não é por acaso que nesta terça-feira, dia 7 de abril, o Dia Mundial da Saúde chama a atenção para o assunto. Com o tema "Segurança alimentar: da fazenda ao prato, tornar os alimentos seguros", a Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que os países reflitam sobre a importância da segurança alimentar, desde a produção do alimento, seu transporte, preparação e consumo. É necessário que o alerta seja entendido por governos, fabricantes, varejistas e público.

 

"O manuseio adequado do alimento continua sendo um grande desafio na atualidade, sobretudo porque o processo pelo qual ele percorre, da origem ao prato, passou por mudanças significativas. No Brasil, onde o uso de agrotóxicos segue em larga escala e a cultura de transgênicos se aprofunda, a preocupação aumenta também quando observamos que ainda pouco se avançou na política de rastreabilidade de alimentos de origem vegetal in natura, por exemplo", afirma a presidente da Asbran Luciana Coppini, lembrando ainda o crescimento dos "food trucks", comércio de alimentos de rua que tem exigido uma legislação específica em vários estados.

 

Segundo Luciana, ao escolher a segurança alimentar como tema, a OMS reflete a preocupação mundial com a falta de controle da cadeia alimentar em muitas regiões. Sem dúvida, "a data é uma boa oportunidade para se intensificar ações no campo da educação também, seja na orientação a como adotar práticas corretas de higiene e manipulação de alimentos no dia a dia seja na formulação de novas políticas públicas que permitam garantir uma alimentação adequada e segura".

 

Para compreender melhor os riscos à saúde, a OMS produziu um vídeo que pode ser acessado no Canal Youtube. É uma animação divertida dirigida a todo tipo de público que mostra os cinco passos para uma alimentação mais segura e como pode ser praticada em casa.

https://youtu.be/ULZSfFVpLtQ

 

Saúde e Economia

 

Segundo análise de técnicos da OMS, os alimentos inseguros representam também um risco econômico, no mundo globalizado. A agência citou a epidemia de E.coli na Alemanha em 2011, que causou US$ 1,3 milhão, o equivalente a R$ 4,1 bilhões, de prejuízos a agricultores e indústrias.