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Asbran

Glifosato pode ter dias contados na Europa e no Brasil
Postado em 11/06/2015

A revista "Der Spiegel", um dos semanários mais lidos na Alemanha, trouxe no começo de junho extensa matéria sobre o pesticida que deve dar o que falar este ano na Europa. Trata-se do Glifosato, o agrotóxico mais usado nas lavouras do Brasil. A conceituada revista alemã pergunta: "Seria o Glisofato seguro para beber, como afirmam os lobistas da indústria? Ou seria ele o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) do século XXI, altamente tóxico, e que consequentemente contamina toda a cadeia de alimentos?"
 
Estas dúvidas já ecoam por aqui também. Recentemente, o Ministério Público Federal enviou documento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa recomendando que seja concluída com urgência nova avaliação toxicológica do produto e que a mesma determine o banimento do herbicida no mercado nacional.
 
Segundo aponta o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, do MPF, a OMS reconheceu, em março deste ano, estudos de 17 especialistas de 11 países que investigaram o potencial carcinogênico de alguns produtos, entre eles o glifosato, e concluíram que o mesmo produz, muito provavelmente, efeitos carcinogênicos em seres humanos.
 
NA MIRA
 
O potencial danoso do glifosato vem sendo destaque em publicações de Nutrição e Alimentos em vários países. Segundo a revista alemã Der Spiegel, há diversos casos registrados em que o resíduo de Glifosato na ração animal é suspeito de causar doenças em gado leiteiro, prejudicando a produção.
 
O uso do Glifosato é liberado desde 2001 na União Europeia, entretanto, segundo a reportagem da revista, no final deste ano expira o prazo da liberação do produto. "A agência europeia de segurança alimentar (European Food Safety Authority - EFSA) irá se pronunciar em agosto sobre a possibilidade de renovação da liberação por mais 10 anos. Há boas chances de que esta renovação reforce uma briga que já acontece há anos, sobre o quanto de perigo representa o Glifosato para humanos, animais e o meio ambiente".
 
É verdade que há forte apelo da indústria do agronegócio com seu poderoso lobby não só na Europa, mas também no Brasil, mas os recentes estudos têm sido cada vez mais claros quanto aos riscos. A boa notícia é que também a resistência ao uso de pesticidas está aumentando.
 
"Temos sentido no Brasil o crescimento, ainda que tímido, da mobilização a favor do movimento agroecológico e precisamos resistir cada vez mais a estratégias que visam esconder os perigos dos agrotóxicos e dos transgênicos", avalia o diretor da Asbran Marcelo Sipioni.
 
Ele lembra que no início de junho ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul reunião com a participação da secretária nacional do consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, para discutir novas políticas que tratem do direito da população em saber o que está consumindo. E destaca projetos de leis que proíbem o uso de agrotóxicos neste Estado, entre eles o PL 44/2015, que obriga a rotulagem das embalagens de alimentos produzidos com o uso de agrotóxicos, de autoria do deputado Edegar Pretto.
 
"Enquanto a Câmara dos Deputados acaba com a exigência do símbolo de transgênico nos rótulos dos produtos com organismos geneticamente modificados, iniciativas como esta mostram que podemos reagir positivamente", diz Carolina Chagas, também diretora da Asbran, acrescentando outro projeto que se encontra em discussão no Rio Grande do Sul, o PL 263/2014, que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em todo o território gaúcho.
 
Segundo Carolina, as pesquisas apontam que 70% do veneno aplicado por avião não atinge o alvo determinado e que a maior parte do produto acaba sendo despejada em terras de terceiros, casas, reservas ecológicas e até mananciais de águas.
 
Vale recordar que há exatos dois anos, dezenas de alunos e alguns professores ficaram intoxicados após um avião agrícola sobrevoar uma escola pública localizada no Assentamento Pontal dos Buritis, às margens da GO-174, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Ao serem socorridas, demonstraram fortes sinais de intoxicação.
 
"A Asbran está mobilizada de maneira permanente a resistir a qualquer ação que se contraponha à produção segura do alimento e que atinja os direitos do consumidor em saber o que está chegando à sua mesa, disse a presidente da Associação, Luciana Coppini. Segundo ela, a Asbran, juntamente com outras entidades da sociedade civil, manterão ativa a luta, por exemplo, contra o PL 4148 - que dispensa símbolo da transgenia em rótulos de produtos. O projeto já foi aprovado na Câmara mas se encontra em debate no Senado. "Não vamos descansar", concluiu.

 

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