Aguarde, carregando...

Facebook  Instagran  Youtube  Whattsapp  Contato
Asbran

Sobrepeso afeta quase 60% da população latino-americana
Postado em 23/01/2017 | fonte - ONU

Sobrepeso afeta quase 60% da população latino-americana

A obesidade e o sobrepeso têm aumentado em toda a América Latina e Caribe, com um impacto maior nas mulheres e uma tendência de crescimento nas crianças, alertaram dia 19 de janeiro a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
 
De acordo com o novo relatório conjunto “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe”(clique aqui para ler), cerca de 58% da população latino-americana e caribenha está com sobrepeso, em um total de 360 milhões de pessoas.
 
Com exceção de Haiti (38,5%), Paraguai (48,5%) e Nicarágua (49,4%), o sobrepeso afeta mais da metade da população dos países da região, sendo que Chile (63%), México (64%) e Bahamas (69%) tiveram as taxas mais altas. No Brasil, o índice fica em torno de 35%.
 
Já a obesidade afeta 140 milhões de pessoas, 23% da população regional, enquanto as maiores prevalências são observadas em todos os países do Caribe: Bahamas (36,2%), Barbados (31,3%), Trinidad e Tobago (31,1%) e Antígua e Barbuda (30,9%). No Brasil, é de cerca de 20%.
 
O aumento da obesidade afeta de forma desproporcional as mulheres: em mais de 20 países da América Latina e Caribe, a taxa de obesidade feminina é 10 pontos percentuais superior à dos homens.
 
Segundo a representante regional da FAO, Eve Crowley, as taxas alarmantes de sobrepeso e obesidade na região devem chamar a atenção dos governos para a criação de políticas que abordem todas as formas de fome e má nutrição, vinculando segurança alimentar, sustentabilidade, agricultura, nutrição e saúde.
 
A diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, explicou que a América Latina e Caribe enfrenta uma dupla carga da má nutrição que deve ser combatida com uma alimentação balanceada que inclua alimentos frescos, saudáveis, nutritivos e produzidos de forma sustentável, além de abordar os principais fatores sociais que determinam a má nutrição como, por exemplo, a falta de acesso a alimentos saudáveis, a água e saneamento, assim como a educação, saúde e programas de proteção social.
 
Unir agricultura, alimentação, nutrição e saúde
 
O relatório indicou que um dos fatores que explica o aumento da obesidade e o sobrepeso é a mudança nos padrões alimentares. O crescimento econômico, o aumento da urbanização, da renda média das pessoas e a aproximação da região aos mercados internacionais reduziram o consumo de pratos tradicionais e aumentaram o de produtos ultraprocessados.
 
Para mudar esse quadro, a FAO e a OPAS sugerem promover sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde.
 
Os países devem fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantindo a oferta, a diversidade e o acesso, principalmente da população mais vulnerável. Isso deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos ricos em açúcar, gordura e sal.
 
Desnutrição infantil cai, mas ainda afeta mais pobres
 
De acordo com o documento, a região conseguiu reduzir a fome consideravelmente, e hoje apenas 5,5% da população está subalimentada, sendo o Caribe a sub-região com maior prevalência (19,8%), por conta do Haiti, que tem a maior prevalência de subalimentação do mundo (53,4%).
 
A desnutrição crônica infantil (altura baixa para a idade) na América Latina e Caribe também registrou uma evolução positiva: caiu de 24,5% em 1990 para 11,3% em 2015, uma redução de 7,8 milhões de crianças.
 
Apesar desse importante avanço, atualmente, 6,1 milhões de crianças ainda sofrem de desnutrição crônica: 3,3 milhões na América do Sul, 2,6 milhões na América Central e 200 mil no Caribe; 700 mil crianças sofrem com desnutrição aguda, sendo 1,3% menores de 5 anos.
 
Praticamente todos os países conseguiram melhorar a nutrição das crianças, mas a desnutrição afeta mais a população mais pobre e de áreas rurais. “São nesses locais que os governos devem concentrar os esforços”, disse Crowley.
 
As prevalências mais altas de desnutrição crônica infantil na região são registradas na Guatemala (2014-2015), e Equador (2012-2013), já o Chile e Santa Lucía têm as menores taxas. A desnutrição crônica apresenta níveis superiores em áreas rurais de todos os países analisados.
 
Aumenta o sobrepeso infantil
 
O relatório aponta que na América Latina e Caribe, 7,2% das crianças menores de cinco anos estão com sobrepeso, o que representa um total de 3,9 milhões de crianças, sendo que 2,5 milhões moram na América do Sul, 1,1 milhão na América Central e 200 mil no Caribe.
 
As taxas mais elevadas de sobrepeso infantil entre 1990 e 2015 foram registradas — em números totais — na América Central (onde a taxa cresceu de 5,1% para 7%), enquanto o maior aumento da prevalência foi registrado no Caribe (cuja taxa aumentou de 4,3% a 6,8%). Na América Sul — a sub-região mais afetada pelo sobrepeso infantil — houve uma leve diminuição de 7,5% para 7,4%.
 
Políticas para melhorar a nutrição
 
De acordo com o documento, Barbados, Dominica e México aprovaram impostos para as bebidas açucaradas, e Bolívia, Chile, Peru e Equador contam com leis de alimentação saudável que regulam a publicidade e/os rótulos dos alimentos.
 
A diretora da OPAS ressaltou que essas medidas devem ser complementadas com políticas para aumentar a oferta e acesso a alimentos frescos e água segura, com o fortalecimento da agricultura familiar, a implementação de circuitos curtos de produção e comercialização de alimentos, sistemas de compras públicas e programas de educação alimentar e nutricional.
 
Melhorar a sustentabilidade da agricultura
 
A trajetória atual de crescimento agrícola regional é insustentável, devido, entre outros fatores, as graves consequências pelas quais passam os ecossistemas e recursos naturais da região.
 
“A sustentabilidade da oferta alimentar e sua diversidade futura estão sob ameaça, a menos que mudemos a forma como estamos fazendo as coisas”, afirmou Crowley, destacando que 127 milhões de toneladas de alimentos se perdem ou são desperdiçados anualmente na América Latina e Caribe.
 
Segundo a FAO e OPAS, é necessário tornar mais eficiente e sustentável o uso da terra e dos recursos naturais, melhorar as técnicas de produção, armazenamento e transformação e processamento dos alimentos, e reduzir as perdas e os desperdícios de alimentos para assegurar o acesso equitativo dos mesmos.

 

Observatório de Publicidade de Alimentos

Entenda, aprenda e denuncie | www.publicidadedealimentos.org.br

Orgânicos para o Mundo

Promova e sua rede a alimentação saudável e adequada

Pela Saúde do Coração | Gordura Trans Não

Acesse o site do projeto www.gorduratransnao.com.br