Aguarde, carregando...

Facebook  Instagran  Youtube  Whattsapp  Contato
Asbran

Recomendações da OMS para enfrentar má nutrição
Postado em 29/05/2017 | fonte - OMS-Tradução Redenutri

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou recentemente documentos com ações necessárias para acabar com a má nutrição no mundo. Os materiais abordam não apenas a desnutrição clássica e suas consequências (atraso de crescimento e desenvolvimento infantil, deficiências nutricionais e fome em adultos), mas também obesidade e seus riscos para doenças crônicas. 
 
Neste contexto, Francesco Branca e Alessandro R. Demaio, do Departamento de Nutrição para saúde e Desenvolvimento da OMS e Corina Hawkes, do Centro para Políticas Públicas, Escola de Artes e Ciências Sociais da Universidade de Londres, publicaram um comentário na revista The Lancet a respeito das ações para enfrentamento da má nutrição dentro da Década pela Nutrição.
 
"A má nutrição tem muitas formas. A desnutrição pode ser vista em crianças excessivamente magras para sua altura (“wasting”) ou com crescimento permanentemente comprometido (“stunting”). O inadequado consumo de nutrientes essenciais pode enfraquecer o sistema imune, prejudicar o desenvolvimento cerebral e aumentar o risco de condições como anemia e cegueira. 
 
Dietas ricas em calorias que excedem a necessidade metabólica do corpo podem levar ao excesso de peso e obesidade, enquanto o consumo excessivo de gordura, açúcar e sal podem aumentar o risco de doenças crônicas não transmissíveis.
 
Novas estimativas mundiais sugerem que a taxa de crianças menores de 5 anos com déficit estatural diminuiu de 198 milhões para 155 milhões entre 2000 e 2016. De acordo com o Relatório Global de Nutrição 2016, dezenas de países estão em vias de atingir as metas globais de redução de déficit estatural e baixo peso para a altura entre os menores de 5 anos até 2025. Em adultos homens, a prevalência mundial de baixo IMC diminuiu de 13,8% em 1975 a 8,8% em 2014. Índices correspondentes para mulheres são 14,6% e 9,7%. No entanto, o progresso de acabar com todas as formas de má nutrição ainda é limitado e insuficiente e continua a ser uma séria preocupação para a maioria das regiões e nações.
 
52 milhões de crianças permanecem com baixo peso para altura, mais de 2/3 delas vivem na Ásia. Países de baixa renda tem mais déficit estatural infantil agora do que em 2000. O sul da Ásia tem a maior prevalência de adultos com baixo IMC (23,4% em homens e 24% em mulheres em 2014) e as taxas são também altas nas partes central e leste da África.  Deficiência de micronutrientes tem permanecido inflexivelmente altos, com 264 milhões de mulheres em idade reprodutiva afetadas por anemia por deficiência de ferro.
 
Ao mesmo tempo, sobrepeso, obesidade e doenças crônicas associadas à dieta estão crescendo de forma constante. Estimativas recentes sugerem que 1,9 bilhões de adultos (38% da população adulta global) e 41 milhões de crianças menores de 5 anos estão com excesso de peso, enquanto doenças de coração e infarto são a primeira e segunda maiores causas de mortes no mundo todo, respectivamente.
 
O resultado disso é que muitos países lidam com a “dupla carga da má nutrição” – a coexistência da desnutrição e do excesso de peso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Em 2016, 57 de 129 países pesquisados tinham índices significantes de déficit estatural ou anemia além de excesso de peso em adultos (definido como 20% de prevalência de déficit estatural ou anemia e 35% de IMC elevado). Existem também conexões biológicas entre as diferentes formas de má nutrição – por exemplo, crianças com déficit estatural são mais propensas a apresentarem excesso de peso ou serem afetadas por doenças crônicas não transmissíveis quando adultas do que crianças com estatura normal. A combinação de má nutrição também ocorre dentro de família e até mesmo indivíduos.
 
Essa dupla carga de má nutrição representa um urgente desafio de saúde para a comunidade global, mas através do compartilhamento de fatores sobre a má nutrição surgem novas e eficazes oportunidades de intervenção. Esse é o potencial das ações de “dupla utilização” (ou double duty actions) – intervenções, programas e políticas públicas que tem a capacidade de simultaneamente reduzir o risco ou a carga tanto da desnutrição, quanto do excesso de peso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis relacionadas à alimentação. As ações de “dupla utilização” oferecem uma abordagem integrada para abordar a má nutrição.  A OMS propõe três níveis para o aumento da eficiência das ações de nutrição através da abordagem “dupla utilização”:
 
1º - Assegurando que as atuais intervenções, políticas e programas designados para abordar uma forma de má nutrição não vão, inadvertidamente, aumentar o risco de outra. Essa abordagem não prejudicial surge de um foco histórico do setor da agricultura no tratamento da desnutrição. A medida que os investimentos públicos e privados deram origem ao aumento da produtividade de uma menor variedade de produtos básicos, uma atenção limitada foi dada ao impacto sobre os alimentos ricos em nutrientes, culturas indígenas ou de fato, o risco de consumir tipos inadequados de alimentos em excesso. A intenção louvável desta revolução na produtividade das colheitas era assegurar a adequação dos alimentos – mas pode ter inadvertidamente dado origem a outros desafios nutricionais. No futuro, assegurar que os programas atuais concebidos para abordar um tipo de má nutrição não aumentem os riscos a longo prazo colocados por outras formas será fundamental.
 
2º - Há a necessidade de alavancar as ações existentes destinadas a abordar um tipo de má nutrição para reduzir simultaneamente outros tipos. Sem essa abordagem de retroalimentação, os gestores perderiam a oportunidade de ações mais eficientes, integradas, como evidenciada pela experiência da América Latina. Lá, embora como diversas tendências, houve um declínio significativo no déficit estatural – acompanhado por um rápido crescimento da obesidade. Investimentos comprovadamente efetivos na redução do déficit estatural, como os programas de transferência de renda, melhor saneamento básico, educação da mulher e acesso ao sistema de saúde, não foram alavancados para incentivar e possibilitar uma alimentação mais adequada e saudável. Por exemplo, programas de transferência de renda podem ser designados para exercer um importante papel no aumento de dietas saudáveis para reduzir o risco de obesidade. Da mesma forma, programas de alimentação escolar focado em reduzir a insegurança alimentar e nutricional poderiam ter sido incentivadas para incluir mais educação alimentar e nutricional e garantir que bebidas açucaradas e lanches não saudáveis fossem mantidos fora das escolas. No futuro, a integração de ações para combater todas as formas de má nutrição por meio desses programas existentes poderia gerar retornos duplos.
 
3º - Identificar os fatores compartilhados entre as diferentes formas de má nutrição para pró-ativamente identificar ações para reduzir todas as formas de má nutrição. Enquanto muitos fatores são diferentes – diarreia, por exemplo, é associado à desnutrição, mas não à obesidade – em um nível mais profundo, pode-se identificar sistemas alimentares e ambientes alimentares associados, normas sociais profundamente enraizadas, status socioeconômicos e biologia como algumas causas compartilhadas e, portanto, oportunidades compartilhadas de ação.
 
Nutrição é um determinante transversal para muitos desafios de saúde e desenvolvimento, como a capacidade de catalisar a consecução dos principais objetivos e metas globais. No contexto mais amplo de acabar com as formas de má nutrição, a intersecção de formas aparentemente contrastantes e muitas vezes confusas de má nutrição constitui um ponto crítico para o foco renovado, bem como para as intervenções de políticas e programas. 

 

Observatório de Publicidade de Alimentos

Entenda, aprenda e denuncie | www.publicidadedealimentos.org.br

Orgânicos para o Mundo

Promova e sua rede a alimentação saudável e adequada

Pela Saúde do Coração | Gordura Trans Não

Acesse o site do projeto www.gorduratransnao.com.br