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Discriminação de mulheres indígenas: FAO faz forte crítica
Postado em 05/02/2018

As mulheres indígenas sofrem taxas muito mais altas de pobreza, desnutrição crônica e analfabetismo, bem como menos acesso à assistência médica e participação na vida política. É o que disse o diretor da FAO Graziano da Silva aos participantes de doze países no Fórum sobre Mulheres Indígenas, realizado em janeiro na Cidade do México. O evento reuniu mais de 200 representantes da região que debateram o tema como “Empoderar as mulheres indígenas para a erradicação e a má nutrição da América Latina e do Caribe”. 
 
Cerca de 370 milhões de pessoas - aproximadamente cinco por cento da população mundial e 15 por cento dos mais pobres do mundo - se definem como indígenas. 
 
Na região da América Latina e do Caribe, cerca de 45 milhões de indígenas representam 8,3% da população, mas são 15% aqueles que sofrem de insegurança alimentar e pobreza extrema. 
 
As mulheres indígenas da região enfrentam taxas mais altas de pobreza e desnutrição do que qualquer outro grupo social e muitas vezes ganham quatro vezes menos que os homens, de acordo com o novo atlas regional das mulheres rurais na FAO. 
 
Em nível mundial, a situação é ainda pior para as mulheres que fazem parte dos mais de 5.000 grupos indígenas de todo o mundo, que falam mais da metade das línguas do mundo e estão espalhadas por mais de 90 países. 
 
“As mulheres indígenas enfrentam uma discriminação tripla que inclui a pobreza, o gênero e a etnia, tanto dentro como fora de suas comunidades, o que as torna altamente vulneráveis”, disse Graziano da Silva. 
 
“Seu empoderamento social e econômico não é apenas uma excelente maneira de apoiá-las, mas também uma condição necessária para erradicar a fome e a má nutrição em suas comunidades”, afirmou. 
 
A decisão das Nações Unidas de criar uma Década da Agricultura Familiar a partir de 2019 oferece uma plataforma sólida para se concentrar nos meios de vida rurais, que são os da maioria dos povos indígenas, acrescentou. 
 
O fórum de três dias organizado pela FAO teve como objetivo desenvolver recomendações de políticas públicas para empoderar as mulheres indígenas, fortalecer sua tomada de decisões e reconhecer seus direitos em nível comunitário para melhorar sua liderança e oportunidades de desenvolvimento. 
 
Cultivar a liderança
 
As mulheres indígenas muitas vezes são esquecidas nos planos de desenvolvimento, mas são atores chave na proteção da biodiversidade, na adaptação às mudanças climáticas e na diversificação de dietas nutritivas. "Elas têm um papel fundamental nas esferas espiritual, social e familiar e são as guardiãs de sementes e portadoras críticas de conhecimento especializado", disse Graziano da Silva. 
 
Os territórios indígenas tradicionais cobrem 22% da superfície terrestre e abrigam 80% da biodiversidade do planeta, segundo a FAO. 
 
A FAO tem vários projetos em que trabalha com e para povos indígenas em diferentes temas: promover a sustentabilidade da pesca artesanal na América Central; intercâmbio de conhecimento na América Latina com o objetivo de impulsar a capacidade própria dos povos indígenas para assegurar uma governança adequada e a implementação de normas de posse da terra; programas para aproveitar os interesses e os conhecimentos indígenas para reverter a degradação da terra em Angola; programas para conectar produtos maori na Nova Zelândia a mercados maiores; e ajuda os grupos marginalizados no nordeste e no centro da Índia a afirmar o seu direito a florestas comunitárias. 
 
A FAO também estabeleceu escolas de liderança focadas na participação e nas necessidades das mulheres indígenas na Bolívia, Peru, Índia, Filipinas, Panamá, El Salvador e Paraguai, e esta instituição inovadora será expandida este ano, disse Graziano da Silva. "Com vontade política, podemos pôr fim à discriminação contra as mulheres indígenas", concluiu.

 

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