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Nutrição é parte fundamental em tratamento de quimio e radioterapia
Postado em 02/06/2011 | fonte - REVISTA ÉPOCA

A presença de nutricionistas nas salas de quimio e radioterapia já foi um serviço para poucos nos hospitais e clínicas de tratamento de câncer. Nos últimos tempos, cresceu a percepção de que a nutrição é parte fundamental do tratamento. Assim, aos poucos, o auxílio dos nutricionistas começa a fazer parte do serviço público de saúde. "Antes do tratamento, fazemos uma triagem para saber se o paciente está desnutrido ou se tem risco de ficar", diz Vanessa Moura, nutricionista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

A instituição foi apontada como o melhor hospital público paulista, segundo a Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS divulgada nesta segunda (30). No Icesp, enquanto os pacientes recebem instruções e tiram dúvidas sobre a alimentação mais indicada para seu caso na sala de medicação, na sala de espera os acompanhantes são avisados sobre o projeto da cozinha experimental do hospital, que ocorre na última terça-feira de cada mês.

Enquanto o paciente recebe a quimio, o familiar ou amigo aprende a importância da alimentação na recuperação do organismo e até no controle dos efeitos colaterais do tratamento, como náuseas e vômitos, diarréia, constipação, boca seca ou com feridas, dor para engolir e ausência ou alteração de paladar. O banco de dados do programa tem mais de 100 receitas, que devem se tranformar em livro no futuro.

O projeto começou em maio de 2009 e as aulas costumam ficar cheias. A demanda é grande, segundo Suzana Camacho Lima, gerente do Serviço de Nutrição e Dietética do Icesp. Ela, acompanhada de Vanessa, uma psicóloga e mais duas ajudantes na cozinha recebem 20 pessoas mensalmente, mas a ideia é aumentar o número de aulas de uma para duas vezes ao mês. Isso incentivaria os acompanhantes a assistirem a mais aulas.

Num primeiro momento, é dada uma palestra que ajuda os acompanhantes a compreender o comportamento do paciente nesta fase do tratamento e desenvolver recursos para lidar com os sintomas. É importante que eles se conscientizem de que os efeitos se apresentam de forma diferente dependendo da gravidade e do tipo de câncer, da condição de saúde e do medicamento usado no tratamento.

"Nós dizemos que eles precisam se cuidar, acima de tudo", diz Suzana, já que muitos familiares se obrigam a ficar fortes e se esquecem de que também têm anseios e sentimentos. Em meio ao alívio que o curso propicia, "muitos descompensam", diz a nutricionista. A presença da psicóloga, neste caso, é fundamental para acalmar a turma.

Água de coco com pêssego e gengibre, tapioca com calda de goiaba e broa: não tem açúcar, mas é saborosoA alimentação é uma das únicas maneiras práticas do acompanhante ajudar o paciente com câncer, já que são eles que preparam suas refeições. Aí vem a parte prática: dicas dos alimentos certos, a explicação e demonstração das receitas, a possibilidade ou não da substituição de certos ingredientes, a importância da apresentação dos pratos (uma vez que o paciente normalmente perde a fome e o apetite), o esclarecimento de mitos (do tipo: "comer carne aumenta o tamanho do tumor")...

Cada aula apresenta duas ou três receitas para diminuir um determinado efeito colateral. Na aula que recebeu a visita da reportagem, o tema era diarreia, e os pratos ensinados, broa salgada, tapioca de maçã com calda de goiaba e água de coco com pêssego e gengibre. Nada com gordura ou açúcar, para não estimular os movimentos peristálticos (do intestino), nem com muita fibra. As receitas foram aprovadas: não tem "doce", mas é saboroso, disse uma das alunas.

Wilma, em primeiro plano: ela se animou com as receitasWilma Gnand Correia, de 68 anos, ficou animada. Disse até que tem gengibre no quintal de casa, em São Roque (SP). "A ideia é passar receitas simples, com ingredientes comuns e baratos, que sejam facilmente reproduzidas em casa", afirma Suzana. Wilma cuida do marido, Luís, oito anos mais velho. Há sete anos ele teve câncer no intestino e o médico lhe disse que uma das coisas mais importantes era que ele se alimentasse bem para o corpo poder receber a quimio.

Agora, foram descobertos alguns nódulos em sua axila, e ele está se submetendo a algumas sessões de quimio para reduzir o tamanho. Wilma tem sorte: o marido come de tudo, mas a última sessão do tratamento provocou um pouco de diarreia, e a queda dos cabelos. "Vim assistir à aula por curiosidade mesmo, e porque ele é um pouco teimoso", diz, sobre o fato de Luís se negar a parar de comer certos alimentos.

O marido de Silvana Andrade Vasconcelos, de 45 anos, teve um linfoma igual ao da presidente Dilma Rousseff. Nesta terça, recebia a terceira sessão de quimio. "Na primeira não aconteceu nada. Na segunda, ele ficou com bastante enjoo e não quis comer muito", afirma. É a primeira vez que Silvana compareceu à aula. O que a motivou foi a paixão pela culinária e o receio de que o marido apresente alguma reação ao tratamento. Ali, ela aprenderá como tentar domá-la em cima do fogão.

 

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