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O Governo brasileiro começa esta terça-feira um programa que leva médicos e nutricionistas a 55 mil escolas públicas, como uma estratégia para combater o aumento da obesidade infantil, doença comum em países ricos.A "Semana de Mobilização Saúde na Escola" deve atender a mais de 10 milhões de crianças com exames médicos e com o acompanhamento de nutricionistas.O peso das crianças brasileiras tem aumentado nos últimos anos, ao mesmo tempo em que cresce o número de pessoas na classe média, com mais poder de compra, e que diminui a má nutrição infantil.Os dados mais recentes, divulgados numa pesquisa da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009, mostram que uma em cada três crianças entre cinco e nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde.A percentagem de meninos entre 10 e 19 anos de idade com excesso de peso passou de 3,7% em 1975 para 21,7% em 2009.Já a altura abaixo da adequada, que indica desnutrição, caiu de 29,3% em 1975 para 7,2% em 2009, na mesma faixa etária.O crescimento do poder aquisitivo sem o aumento proporcional do nível de educação e informação influencia no consumo de alimentos não saudáveis, segundo o chefe do ambulatório de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, Márcio Mancini."Chega mais dinheiro, mas a pessoa não sabe o que fazer adequadamente com ele, e passa a ir muito a restaurantes 'fast food', o que não é adequado", afirmou, por telefone, à Lusa.Os grandes vilões da obesidade infantil, segundo Mancini, são uma pior alimentação, a redução da atividade física, o marketing agressivo de alimentos não saudáveis e a diminuição do consumo de comida caseira.O problema ocorre, inclusive, dentro das escolas, pois as crianças sentem vergonha de levar o lanche feito de casa e preferem comprar outros produtos, menos saudáveis, nos bares. "Às vezes até há opções adequadas nas cantinas, mas elas são preteridas", disse o médico.O ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha, afirmou em declarações na rádio e na televisão que doenças como a obesidade podem afetar o desempenho escolar das crianças, e garantiu que a iniciativa de levar médicos às escolas continuará no decorrer do ano.O chefe do ambulatório de obesidade do Hospital das Clínicas afirma que o plano é valido, desde que não seja uma iniciativa isolada, mas feito de forma organizada e repetida.
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